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Sandra Capomaccio, do Jornal da USP
27 de nov. de 2024
ARTIGO
De acordo com Marcos Buckeridge, não se pode pensar em cidades inteligentes sem que haja uma gestão eficiente dos resíduos sólidos como forma de assegurar uma melhor qualidade de vida e a preservação ambiental
As cidades inteligentes e a sustentabilidade caminham juntas e a questão do lixo é algo importante nessa confluência de interesses. É vital ocorrer a gestão eficiente dos resíduos sólidos com foco na melhor qualidade de vida de seus moradores e na preservação do meio ambiente. Uma das principais questões ambientais da era contemporânea é, sem dúvida, a enorme quantidade de lixo produzida no planeta. Associado a isso, surge outro problema ainda mais desafiador: a não reutilização adequada desses materiais por causa do consumo desenfreado, do desperdício e do descarte incorreto de lixo.
Se o descarte dos resíduos sólidos é importante para a preservação do meio ambiente das cidades, imagine esses descartes em uma cidade do tamanho da capital paulista. A reciclagem ainda é a melhor maneira de solucionar o problema, como explica o professor Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociências (IB) da USP, especialista em cidades e meio ambiente. Vários países no mundo já têm o assunto bem evoluído, casos de Japão, Cingapura e Dubai.
Os resíduos orgânicos, ou seja, o desperdício de alimentos, são o maior descarte existente no mundo. O pesquisador explica que o não desperdício dos alimentos resolveria dois problemas: além de conter a crise mundial de mudanças climáticas, ajudaria também a conter a fome no mundo. “A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) calcula que 1,3 bilhão de toneladas de alimentos é desperdiçado por ano no mundo – cerca de 1/3 do que é produzido globalmente. E a produção desse total de alimentos que é perdido responde por 8% das emissões de gases de efeito estufa. Portanto, o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos é crucial para mitigar impactos ambientais negativos, como a poluição do solo, da água e do ar.